Mário Júnior, Jean Roubert, a Chesf e as muralhas da vergonha!

[Mário Júnior, Jean Roubert, a Chesf e as muralhas da vergonha!]

Criada por Decreto-Lei, hoje, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco, não é uma autarquia federal autônima e sim uma sociedade de capital e economia mista regulada por leis como qualquer empresa mercantilista que detém CNPJ, e, longe de cumprir ipsis litteris (ao pé da letra) sua função social constitucional, ao contrário, depois da queda do famigerado Muro De Berlim, da derrubada do muro que separava a Vila Poty das instalações da hidrelétrica e das moradias de seus funcionários, à revelia da CRFB/88, do povo e das autoridades constituídas dos municípios de Paulo Afonso na Bahia e Jatobá em Pernambuco, a CHESF, inviabilizando o lazer, o turismo e os acessos às águas do “Velho Chico”, com rochas e concreto, começou a construir a toque-de-caixa uma muralha de quase dois metros de altura e cinquenta centímetros de largura, como se “dona do mundo” fosse.

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A reação do pauloafonsino e deputado federal, Mário Negromonte Junior, PP, ao tomar conhecimento, foi imediata convocando e não convidando o ministro das Minas e Energia e o presidente da estatal para explicações. A alegação pelos convocados que as muralhas eram temporárias não condiz com a verdade dos fatos. Caso a intenção fosse esta, troncos de algarobeira (abundante na região) e arame farpado, seria até aceitável. As vergonhosas muralhas tiveram suas obras suspensas. Contudo, o problema não foi equacionado ainda. O que foi construído ainda está impedindo o ir e vir das pessoas e ofuscando as vistas de quem quer contemplar as caudalosas do rio São Francisco.

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O vereador/advogado Jean Roubert, (PSD), em seu último discurso na Tribuna do Legislativo municipal, após discorrer sobre atos atentatórios da CHESF contra Paulo Afonso, entre eles o muro da vergonha que separava os pauloafonsinos na famigerada Ditadura Militar, com pertinência profissional, suscitou a Lei 12.334, das barragens, que não está sendo observada e cumprida pela empresa de energia elétrica, em detrimento de Paulo Afonso e atropelando sobremaneira a Constituição Federal em seu artigo 30, inciso VIII, usurpando os direitos intrínsecos do município. O eloquente, dialético e atuante tribuno lembrou o Águia de Haia, Rui Barbosa, que apregoava não ser dignos de direitos os que não lutam por eles.

DA REDAÇÂO.