Apesar do histórico, Bertozzo foi promovido em março de 2023 para uma das funções mais altas entre os cargos comissionados do Congresso, com salário bruto de R$ 18,7 mil. De acordo com a PF, ele transportou mais de uma tonelada de cocaína para cidades como Campinas e Biritiba Mirim (SP) e fazia voos partindo de pistas clandestinas no Amazonas.

Nas redes sociais, Bertozzo não menciona o cargo na Câmara. Em fevereiro deste ano, apareceu pilotando um avião da Mahogany Imobiliária, empresa registrada em nome do próprio deputado, que também é piloto. Na prática, ele atua como aviador pessoal de Pettersen, que justifica a escolha dizendo que voos particulares são mais econômicos.

Mesmo assim, entre junho de 2023 e fevereiro de 2025, o deputado gastou R$ 154,3 mil em passagens comerciais e mais R$ 102,6 mil em combustível para suas aeronaves. Os destinos incluem cidades fora de Minas Gerais, como Manaus, onde fica a sede da Mahogany.

Bancada do garimpo

Bertozzo também é réu por um episódio de 2019, quando pousou sem autorização com 300 litros de gasolina em Japurá (AM), região ligada a garimpos ilegais. A PF suspeita que ele atuava no transporte de drogas para garimpeiros. O caso está em sigilo, e a defesa alegou tentativa de “reativar um fato ainda sem definição judicial”.

Aliado de Bolsonaro, Pettersen integra a chamada Bancada do Garimpo, favorável à mineração em terras indígenas.

Em 2022, votou pela urgência do PL 191/20, que facilita essa prática, e já se reuniu com figuras ligadas ao garimpo ilegal. Ele está licenciado desde fevereiro para se dedicar à pré-campanha ao Senado em 2026. A suplente, deputada Kátia Dias (Republicanos), manteve Bertozzo no cargo.