Após constatação de irregularidades, obras em shopping de Maceió podem ser embargadas

[Após constatação de irregularidades, obras em shopping de Maceió podem ser embargadas]

Após identificar problemas que comprometem a saúde e a segurança no meio ambiente de trabalho em duas obras em andamento no Maceió Shopping, o Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito civil. 

A assessoria de Comunicação do Ministério Público do Trabalho informou que na obra realizada pela empresa Tetris Construtora, a Divisão de Perícias do MPT constatou que trabalhadores laboravam sem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e realizavam atividades sobre um andaime com ausência de guarda corpo, sem telas de proteção contra quedas e com ancoragem insuficiente, o que gera riscos de tombamento da estrutura e acidentes por queda com os trabalhadores. Conforme constatado no local, a construção dará lugar ao empreendimento Five Sport Bar.

No local, oito trabalhadores exerciam as funções de pedreiro, servente e auxiliar, sem registro em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Os trabalhadores também não realizaram exames admissionais para iniciar as atividades e não informaram se realizaram treinamento para atividade em altura.

Já em outra obra, executada pela empresa RS Construtora Ltda, as instalações elétricas apresentavam risco de choque elétrico e uma betoneira encontrada no local não apresentava aterramento e sistema de parada de emergência. No local, estão sendo construídas as instalações do Restaurante Paris 6.

Na construção realizada pela empresa RS, o MPT também constatou ausência de EPIs adequados e irregularidades no trabalho em altura que podem provocar queda de trabalhadores. A Divisão de Perícias também verificou que não havia local adequado para armazenar ou esquentar comida e que trabalhadores bebiam água diretamente de torneira instalada no local, sem filtro.

5af8cac1-3ea2-457b-ae90-cfcf520bd431

De quatro trabalhadores que laboravam no local, três deles não possuíam registro em carteira de trabalho. Os salários, 13º salário e férias dos trabalhadores estavam em atraso e não havia recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e contribuição previdenciária.

O procurador do MPT Rodrigo Alencar, autor do inquérito civil, requisitou uma fiscalização de urgência no local à Superintendência Regional do Trabalho em Alagoas (SRTb/AL). O objetivo é avaliar a possibilidade de embargo das obras devido ao risco grave e iminente de acidentes.

Após a inspeção da SRTb e com base nos relatórios elaborados pela Divisão de Perícias do MPT, o Ministério Público do Trabalho dará prosseguimento às investigações e, se for o caso, buscará judicialmente a responsabilização dos empregadores pelas irregularidades.

 

Foto: Ascom MPT
Fonte: https://www.cadaminuto.com.br